quinta-feira, 1 de agosto de 2019

SERAFINA CORRÊA

 Dias desses, antes de chegar a Passo Fundo, 
aventurei por Serafina Corrêa. 
Vi pouco da cidade, mas do pouco, gostei!
Monumento bonito, o que é muito raro no interior.
Com a alforria dos escravos, chegam os imigrantes.
Os italianos em 1875. 
No Rio Grande do Sul, 
mais de 80 mil até o ano de 1914. 

Vinham direto para as colônias de Caxias, Bento e Garibaldi. 
Mais tarde para região de Guaporé, Vespasiano Corrêa...




“A colônia de Guaporé era dividida em 22 linhas.
A linha era um caminho estreito, 
traçado no meio da floresta virgem, 
através de todos os acidentes geográficos do terreno, 
exceto rios e afluentes."



"Cada linha,em média, 
uma extensão de seis a sete quilômetros. 
Foram nessas linhas 
que os imigrantes organizaram
a vida social e religiosa."



Nos fins de semana, o povo se deslocava de suas linhas 
para  os encontros regados a cantorias, a vinho e grostoli....
e  para contar os causos vividos:
  o chamado Filó.
 Entre as 22 linhas da colônia de Guaporé, 
encontrava-se a linha 11: 
mais tarde, Serafina Corrêa,

que virou cidade em julho de 1960
 e hoje conta com 17 mil habitantes
e tem esse palco ao lado
da Matriz Nossa Senhora do Rosário,
inaugurada em maio de 1953.


GENERAL CÂMARA: DESDE 1754



 No rol das cidades mais antigas do Rio Grande do Sul, ocupa o 52º lugar.  Pertencia a Rio Pardo, Triunfo e depois à Taquari. General Câmara passa à condição de cidade em 1881.


Mas o núcleo inicial, a partir de uma sesmaria doada, remonta a 1754, época da Guerra Guaranítica, conflito dizimador dos índios contra espanhóis e portugueses, quando morrem mais de 1500 índios e 4 europeus...  Época do Sepé Tiaraju.

(Quando chegamos na beira do Jacuí, medo:
 me senti testemunha de um crime ambiental...
Saímos correndo)

Gostei muito de conhecer o bairro histórico da cidadezinha. Uma volta ao passado  mesmo com a decadência dos prédios do exercito, brancos e azuis, em ruas de lindos paralelepípedos.

Há três arsenais de guerra no Brasil: 
Rio, São Paulo e General Câmara. 
Que triste esse descaso histórico.
Mas é quase geral no país, infelizmente.


"PNR é a edificação, de qualquer natureza (casa ou apartamento),
 utilizada com a finalidade específica de servir de residência 
para os militares da ativa do Exército."

(foto da internet)
Assim são chamadas as casas azuis e brancas de General Câmara. 
Os que habitam são filhos e netos de pensionistas,
conforme conversei com uma moradora.
Passagem rápida, enfim, embarcamos na balsa 
para chegar à Triunfo.

quarta-feira, 31 de julho de 2019

DA SERIE: PARADA DE ÔNIBUS

"Se Deus soubesse da tristeza lá na serra
Mandaria lá pra cima
Todo o amor que há na terra"
(Rancho Fundo)

terça-feira, 30 de julho de 2019

FÉ NA VIDA: BELA VISTA DO FÃO


Para muitos, a fé é um sentimento oceânico e não precisa de comprovação  para atravessar  suas águas – sempre tem um horizonte. 

A fé é uma verdade que dispensa certificação, 
diploma, registro em cartório.
Fé é acreditar sem provas. Para Freud, religião é ilusão.  Pra mim, é delírio. Penso em conexão quando penso em fé. 


Mantras e orações religam a fé interior. A leitura também!

Gosto de pensar que fé tem a ver com afeto, que não se quantifica. A fé, talvez, acalme as angústias. Talvez.
Para quem suspeita das divindades e da humanidade,  resta a crença na Natureza. Como estão destruindo tudo, é de se esperar que a Natureza se rebele de forma devastadora: dilúvios, furacões, tsunamis, degelo, terremotos...


Por enquanto nosso maior cataclismo é caminhar 
na bucólica Bela Vista do Fão, distrito de Marques de Souza. 
Na estradinha, vários santos e uma Iemanjá. 
Parecia faltar mais uma conexão espiritualizada,
talvez, mais filosófica.

Agradecemos à Sonia e ao Cleo, 
o apoio e o carinho.
Acredito que tudo é uma questão de 
atitude perante o mundo que nos rodeia.

Freud já disse que estamos todos no mesmo barco:
e não tem como pular fora...
"Tudo o que somos é o que pensamos."
Não sou budista.
Ícones e imagens são 
provas de benquerença.

Montar um altar para Buda
é lembrar que existem diversas formas de pensar 
a Natureza e a Humanidade.
A verdade não tem guardião:
mas fazer aniversario é uma prova
incontestável de vida.
E a gente celebra.

Na fé, vários caminhos para se percorrer,
sem discriminação.
Prefiro espiritualidade à religião.
Talvez, tudo não passe de simbólica utopia.

Mas para que serve a utopia? 
pergunta o escritor Eduardo Galeano.

"Para que não se deixe de caminhar."


Para que não se deixe de atravessar com fé
a outra margem da vida.
O inocente rio Fão já mostrou do que é capaz,
colocando sua natureza à prova de fé: 
quem pode mais?
Na Cascata Dalmoro,
a conexão íntima
com o sagrado absoluto do belo.

À noite, o filó em Bela Vista do Fão:
a fé no reencontro com pessoas queridas,

pessoas que fazem a diferença no lugar onde vivem.
Que trabalham com fé...
e alegria.

A vida é isso:
convergências de todas naturezas.

Reencontros!
Reencontros...

Reeeeencontros!
Pequenos grandes reencontros.

Mas o meu maior reencontro
se dá sempre com a Natureza.

Onde terminam as palavras,
continuam as imagens.

Até a próxima!
“Agora não pergunto mais pra onde vai a estrada”

“Agora não espero mais aquela madrugada”


“Vai ser, vai ser, vai ter de ser, 
vai ser faca amolada”

 “Deixar a sua luz brilhar e ser muito tranquilo”


“Deixar o seu amor crescer e ser muito tranquilo”

“Brilhar, brilhar, acontecer, 
brilhar faca amolada”

“Irmão, irmã, irmã, 
irmão de fé faca amolada”

“Plantar o trigo e refazer o pão de cada dia”

“Beber o vinho e renascer na luz de todo dia”

“A fé, a fé, paixão e fé, a fé, 
faca amolada”


“O chão, o chão, o sal da terra, 
o chão, faca amolada”

“Deixar a sua luz brilhar no pão de todo dia”


“Deixar o seu amor crescer na luz de cada dia”

“Vai ser, vai ser, vai ter de ser, 
vai ser muito tranquilo”


“O brilho cego de paixão e fé, faca amolada”

"Fé cega, faca amolada"
 Milton Nascimento e Ronaldo Bastos