Essa é a segunda vez que visito Cachoeira. Adoro a cidade. E vou mostrar porquê!
Primeiro um naco da sua história:
Em 1754, na guerra guaranítica, vide história de Sepé
Tiaraju, os indígenas, principalmente da tribo Guarani, se rebelaram contra
Portugal e Espanha, e contra práticas jesuíticas. Derrotados, alguns indígenas
e religiosos abandonam as Missões e se refugiam no Cerro do Botucaraí, onde erguem
uma aldeia.
Quinze anos depois, são levados ao Passo do Fandango,
junto ao rio Jacuí, onde constroem a capela de São Nicolau. É dessa época que a
pequena freguesia se forma com açorianos
e indígenas e começa a ser chamada de Cachoeira, devido às quedas d'água
do rio.
Em 1799 é inaugurada a Igreja Matriz Nossa Senhora
da Conceição, hoje tombada pelo Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Por ordem do rei Dom João VI, em 26 de
abril de 1819, a freguesia torna-se vila e passa a ser a 5ª cidade mais antiga
do Rio Grande do Sul.
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Outro lugar lindo é a praça do Château d'Eau ou "castelo d'água", também símbolo de Cachoeira do Sul. Foi construído para levar água ao reservatório de
distribuição da Rua Júlio de Castilhos e regular a pressão da água nas zonas
mais elevadas da cidade.
No projeto de 1925 traz as esculturas de Netuno e
um grupo de ninfas, confeccionadas em Porto Alegre. É desativado em junho
de 1970. Restaurado, foi tombado em 2012.
O
prédio do Banrisul, antes,
o antigo prédio do Banco Pelotense,
na esquina das ruas Sete de Setembro com a Presidente
Vargas,
tombado! Sua construção é de 1922.
É lindo... E as árvores na lateral são deslumbrantes!
Cachoeira é uma cidade quente.
Chega fácil aos 40º.
Mas no inverno é bem frio!
Parece um sonho, caminhar pelas ruas
e ver a quantidades de casarões preservados!
Tão diferente da minha cidade...
Quem ama defende...
Casarões preservados servem de pontos comerciais,
e restaurantes charmosos!
E mesmo aqueles que não fazem parte de uma arquitetura antiga
tratam de ambientar o Tempo!
Trabalho de restauração, em uma das ruas comerciais.
Olha esse detalhe!
Casa Augusto Wilhelm, 1920
Casa de Cultura Paulo Salzano Vieira da Cunha.
Data de 1915, hoje tombada. Abria a
Biblioteca Pública Dr. João Minssen
Tem o teto móvel, com estrutura em vidro e metal.
Já foi a Escola Superior de Artes Santa Cecilia, fundada em 1957.
Abriga também o Atelier Livre Eluiza de Bem Vidal.
Palácio Legislativo João Neves da Fontoura
Tombado em 1985.
Data: 1927 quando foi o Banco da Província.
Nem só do passado vive Cachoeira do Sul...
Caminhando, encontrei um centrinho cultural!
E no interior, a linda Livraria Santos!
Onde deixei Malvina e Engole esse choro!
São 17 livrarias no estado: 5 em Porto Alegre
e outras espalhadas pela serra e praias.
Ao sair da livraria, vi uma mãe e filha pequena
entrarem numa ruazinha. Segui atrás.
Era entrada da Capela Nosso Senhor do Bom Fim
e túmulo da Escrava Josefa, que teria morrido nesse local.
Havia uma senhora pedindo proteção.
A mãe que segui também fez sua oração ou súplica.
E eu? Emocionada, agradeci pelo encontro e pedi benção.
Quando ia saindo, vi a placa com informações.
A escrava jovem, na verdade, se chamaria Maria José, e vivido com muito sofrimento, nas décadas finais do século XIX.
“Josefa era agredida das mais variadas formas
pelos seus patrões na fazenda onde trabalhava e vivia. Seu destino foi trágico.
Ela foi assassinada cruelmente pelos seus senhores. Até hoje não se sabe ao
certo como ocorreu sua morte. Entretanto, existem oito versões bem
diferentes sobre o caso, presentes na memória do povo.”
Destaco duas: Josefa foi levada ao pelourinho para
ser açoitada. E morreu em decorrência dos ferimentos. Anos depois de enterrada como indigente, o sangue emergia de sua cova. A sepultura então foi
aberta e constatou-se que o corpo ainda estava intacto.
Outra versão diz que seu patrão tentou seviciá-la, sexualmente. Josefa reagiu. E o patrão a empurrou para dentro de um caldeirão cheio de gordura
em temperatura escaldante, usada para a produção de sabão. Josefa acabou enterrada
ainda viva.
Lendas ou não, fiquei emocionada do acaso me levar até um lugar tão espiritualizado.
*
Gente conhecida que nasceu em Cachoeira do Sul:
Cartunista Adão Iturrusgaray, o jornalista Alexandre Garcia, o pintor Plínio Bernhardt, o combatente Honório Lemes ou "O leão do Caverá", o pintor Iberê Camargo, o jornalista Régis Rösing, a miss Brasil Rejane Goulart, o político Carlos Vieira da Cunha.
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