Pela BR 386, entrada à direita. Passamos por baixo da ponte do rio Fão...
... que mais parece um arroio.
Metade do leito virou cascalheira:
de chorar.
Na Pousada do Beija-flor, um oi à distancia para Lauri e Adriana.
Nei Lisboa:
"Se essa seca durar mais um mês
Vou-me embora para o Paraguai
Vou de muda para o Maranhão
Que aqui não tem vez
Que aqui não dá mais
A cabeça não 'güenta não."
Claro, uma seca diferente...
Em Vila Fão um dos Passeios na Colônia criou o Caminho da Fé.
E a gente incluiu esse recanto também.
Um momento para evocar proteção e paz...
Nosso budinha viajante está bem ao lado da casa da Sônia e do Cleo, que ajudam a manter!
Por todo o caminho tem capitéis e santinhas.
É hora de botar a fé à prova nesses dias de covid-19.
"Dias de outono, de amargura
Lembro dos tempos de fartura"
"Por trás do que lembro,
ouvi de uma terra desertada,
vaziada, não vazia,
mais que seca, calcinada."
João Cabral de Melo Neto
Dizer que já vi esse leito cheio...
Ilusão de fartura...
E lá no fundo, um pontinho branco....
... procurando sinal de celular no meio do nada!
Parece mais cheio? Nunca foi tão seco,
a igrejinha que o diga.
Atravessamos o Fão e saímos no outro lado,
em direção a Pouso Novo.
Reencontramos seu Élio Fachi,
que vive ha 75 anos em "confinamento"
distante de todos e de tudo.
Nem tempo para fotografia,
seu Élio se despediu alegre com nossa aparição.
Uma escolinha abandonada...
Muralhas quilométricas de eucaliptos.
Na encruzilhada de Medorema,
um carro branco se aproximou. Paramos.
Placa de Floripa. Parou também.
Pedimos informação à dois homens mal-encarados.
Saímos correndo com medo de assalto.
Ainda mais depois que ouvimos
que estão roubando as colheitas dos produtores.
Seca e solidão:
tudo muito triste,
mas deu pra respirar e matar a saudades!