quinta-feira, 15 de maio de 2014

IMIGRANTE


Ontem fui até Imigrante, pertinho de Lajeado, Vale do Taquari. Coisa de 35 a 40 minutos. De Porto Alegre, coisa de 130 km. Via asfaltada, muito verde, sem movimento na estrada. Aqui um trecho da Seca Baixa. Trilha sonora: 95.1 e  coração leve.
Ainda casas antigas que conferem nostalgia a cidade. Isso é turismo. Não tenho nenhuma dúvida. São pouco mais de 3 mil habitantes em Imigrante, um luxo de qualidade de vida.

Restauração de um prédio antigo que abriga o Sicredi. Quem será que pensou à frente?
Rodando mais um pouco chego ao bairro Daltro Filho,
 onde se encontra o Convento Franciscano São Boaventura. Vale a visita. Só a capela já é um salto histórico.

 Meu destino era a Secretaria de Educação, para uma reunião com o Secretario e Vice-prefeito Charles Porsche e com a Magali: Feira do Livro. Sugestão da minha amiga Garine Keller que me deixou muito feliz. 
A casa centenária guarda a Biblioteca de Imigrante e seu maior orgulho:
O projeto "Amigos da Leitura" que desde 2007 leva a literatura até as empresas da cidade. E chegando ontem à tarde descubro as duas malas recheadas de livros que serão levadas pelos "vereadores mirins" aos operários, neste mês. Eles pegam emprestados os livros na entrada ou na saída do trabalho. Bacana, não é? O projeto, que segue firme e forte, venceu em 2011 o Fato Literário, promoção da RBS. A Biblioteca ganhou 20 mil para comprar mais livros para o acervo. Esse projeto conquistou também o premio máximo do Círculo Riograndense do Livro.  Daí, uma ponta de orgulho com o convite de Imigrante para realizar oficina e conversar com os alunos durante a Feira. Precisa dizer mais?
Precisa... Essa estrada literária levou um jovem estudante
de Imigrante, Ramon Wagner, a vencer no estado a "Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro", cujo tema era “O Lugar Onde Vivo”. Senti o peso do meu compromisso...
 Voltando para Lajeado, bergamotas particulares na beirinha da estrada... Nada que Deus não perdoe. Essa igreja evangélica é de construção recente: 1955. Tô ali bem faceira descascando as frutas, tomando um sol, quando vejo do outro lado da estrada...

 uma linda pinguela convidando para enveredar no desconhecido. 
 De cima, espio e vejo outra igrejinha.
Atravesso a ponte e dou de cara com uma escola municipal
na maior tranquilidade. Ouço as explicações da profe e o silêncio das crianças que vem lá de dentro. Infância é isso. Chão batido, balancos, subir em arvores, pequenas estradas que se perdem nos anos.
Ao lado da escola, o templo. É assim a vida em muitos lugarejos desse país. Educação e religião sempre por perto. Na maioria das vezes dá tudo certo. Volto para minha casa de alma e barriga cheia. Mas ó, esqueci que bergamota quente dá dor de barriga...