Tempos atrás, mornos dias, passei por Santa Clara.
Antigamente, fazenda Santa Clara, por causa da filha do Fialho de Vargas, que era dono de todas as terras lajeadas, à beira do rio Taquari. No tempo da colonização destas bandas centrais acabou como 2º distrito de Lajeado.
Acho que Santa Clara foi terra de água benta: em 1899, a colônia foi sede do 2º Congresso Geral de Católicos do Rio Grande do Sul. Imagina! Já naquele ano!
E pelo visto a alemoada era faca na bota! Dizem que no tempo da Revolução Federalista, os colonos santa-clarenses lutaram contra o bando maragato de Zeca Ferreira e botaram os macanudos pra correr.
Na mesma época fundaram a Sociedade Alemã de Atiradores de Santa Clara pra impor respeito, certamente. Mais tarde, fundaram o Tiro de Guerra 239.
Hoje não existe mais nada e o povo só quer saber de gandaia. Não é à toa que o carnaval de Santa Clara é famoso na região.
Em março de 1992 virou cidade.
Antes eu só sabia que Santa Clara era terra das bolachas e da modelo Shirley Mallmann. Descobri mais bisbilhotando no site da prefa, aliás, hoje nas rédeas de Paulo Cezar Kohlrausch, do pmdb.
Nas minhas andanças, gosto mesmo é de fotografar as casas antigas que dão charme as cidadezinhas.
Santa Clara tem poucas. Mas, os seus quase seis mil habitantes tem um Museu e Biblioteca ocupando um prédio construído em 1888, que foi escola, hotel, delegacia e sub-prefeitura, bem, no centrinho.
Esse ano começou mal para a cidade.
Em abril choveu tanto, que o mundo transbordou em apenas cinco horas e o prefeito acabou decretando situação de emergência.
Agora, tempo atrás, arrombaram a prefa.
Putz, só benzendo mesmo.