"A memória de uma cidade
é a soma das memórias de seus habitantes.
São eles que carregam e transmitem não só o jeito,
a cultura,
os costumes,
mas aquilo que de mais próximo
pode-se chegar das pequenas coisas:
os cheiros de um bairro,
a textura de cada praça.
Os habitantes de uma cidade
costumam registrar seus momentos
com o recurso mais usual:
a fotografia.
Quer saber como era Porto Alegre em 1950?
Basta ver uma foto de Porto Alegre de 1950.
(imagem da internet)
Mas o que isso de fato diz da cidade?
Que impressões traz, que sentimentos?
O que estava
acontecendo nesse dia
com aquelas pessoas,
o que
elas estavam vivendo?
Então, eis que temos
o registro da memória
por meio da escrita.
O leitor precisa imaginar os cenários, a ação;
todavia, é
recompensado por relatos com cores,
pessoas, movimento:
a cidade que pulsa nas avenidas
e na grama,
os
contornos,
o sopro,
o ritmo.
As pessoas que deram vida a Porto Alegre
nos mais variados tempos são aqui registradas
– eternizadas –
por quem esteve perto,
viu
ou ouviu aquele dia, aquele fato.
(...) como quem entra numa foto e pode ouvir,
tocar e fazer parte daquela memória,
que é minha, sua, é de Porto Alegre.
Como se conhece uma cidade?
Será preciso percorrer quantas vezes aquela avenida,
até entender seus
trechos, suas passagens, suas sutilezas?
Ou nunca se chega mesmo a entender uma cidade?
(...)
também aqui se trata de tentar entender,
descrever,
reviver,
expor o jeito de
ser da cidade,
desta cidade aqui, Porto Alegre."
Texto
Luís Augusto Fischer
(http://www.dublinense.com.br)
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Fotos
Laura Peixoto
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