sexta-feira, 21 de junho de 2019

CAMINHOS DA FÉ: BELA VISTA DO FÃO

 Feriado de Corpus Christi combina com Caminhos da Fé  na Bela Vista do Fão. Siga pela BR 386, depois de Marques de Souza e depois do Cafe Colonial Stacke, entre à direita, antes da ponte curva sobre o rio Fão.


Passe por baixo, dobrando à esquerda, onde um dia a policia montou tocaia e liquidou com três assaltantes...

Dá para imaginar que o inofensivo Rio Fão invadiu essa ponte?
Sim, em  2010, uma assustadora enchente arrasou a região.
Nunca, nunca mais esqueceremos:
a desforra da Natureza.

 Ha pouco tempo, Brida, o prefeito de Marques de Souza, inaugurou dois belvederes na  região.

 "Esse fez mais pela vila do que todos os outros" - ouvi.
Também achei bonito!
Graças à dica de Alício de Assunção,

chegamos à Pousada Ninho do Beija-flor, dos queridos Adriana Oliveira da Silva e Lauri Bonfadini.

Charmosa, acomoda até doze pessoas em acolhedoras suítes.



Um rápido café para fortalecer nosso Caminho da Fé.

Porque a fé é doce, muito doce!



Antes, descubro que na Bela Vista do Fão já existiu a Sapataria Maffasioli, a Alfaiataria Mosena, dois moinhos, dois hotéis, um do Guth e outro do Bortollini. Existiu um Clube de Tiro, hospital, farmácia, industria de pedras e cristais, ervateira, uma cantaria de construção de túmulos, uma cooperativa, uma Igreja Evangélica, a fábrica de cadeiras de palha de Vitório Basso... Quando não existia a BR 386, a vila era passagem de tropeiros, vindo de Soledade, que conduziam gado e porcos para Lajeado.

Agora somos nós os tropeiros e iniciamos essa caminhada que tem atraído gente de todos cantos. À propósito, na semana passada, a Festa da Bergamota serviu mais de 1.400 almoços. Perdi essa.

  Mas olha... Infelizmente, vários prédios antigos se foram, como se foram os Constantin, os Conte, os Sbaraini, Mânica, Vieceli, Coletti, Vanzin, Gheno e tantos outros.

Lauri Bonfadini também partiu, mas voltou para restaurar a antiga casa de Francisco Nicaretta. E inaugurou há dois anos, a Pousada Ninho do Beija-flor.  Reservas 995297768.
 De alma leve como passarinho, feliz da vida, ar puro enchendo os pulmões, iniciamos a caminhada auto-guiada, de pouco mais de 9 km.

 Paradinha no antigo Moinho Jachetti, hoje armazém da dona Geni Bagatini Groff.
 Tempo e Memória:
depositária do passado.
Por amor de  Santo Antonio de Pádua:
não me fala em asfalto.
 São Cristóvão também não aprovaria...

 Araucárias: "sua origem remonta a mais de 200 milhões de anos, desde que os continentes americano e africano eram unidos e posteriormente disseminada pela América do Sul, desde Argentina até o Nordeste brasileiro."


Chegamos ao 2º belvedere
 Parece tão inofensivo o rio Fão. Em pleno inverno, pouca água.
A natureza alerta...
 Aqui faltou uma indicação:
siga por Barrinha Alta
 Enfim, a fé é a mesma:
mas parece que em vez de ir, voltamos...
 Cerca de 200 pessoas vivem na área mais central da vila.
Buongiorno!
 Tutto bello...

 Poesia em estado bruto.

 É por aqui? - vamos perguntar.
Dona Gladis Rossini:
Por que não foram por cima?
 Sinto falta de ícones religiosos. Com duas olarias na vila, mais capelinhas na estrada, né?
 Pelo contrario, já caminhamos 3,4 Km
 Outra duvida para quem optou por  Barrinha Baixa,
aqui dobre para a esquerda.
Taipas definiam as "linhas",
quando cercar propriedade com arame custava caro.
Acredite: no Fão ainda existe um taipeiro,
que aprendeu com o pai, que aprendeu com o avô.
 Calou-se a algazarra das crianças  na escola Borges de Medeiros.

 Tem coisa mais triste que uma escola fechada?
 Quem vem lá?
 Uma caminhada que iniciou com uma temperatura de 10º... 
Até elas buscaram a sombra.
 A vida e suas escolhas...
 As crenças, o sagrado, as benzeduras.
Iemanjá, a mãe de todos Orixás.
 Cada um na sua, afinal oito em cada dez pessoas se identificam com algum tipo de religião.

São estas as principais: judaísmo, sikhismo, taoismo, xintoísmo, budismo, hinduísmo, islamismo e cristianismo.
 Conversei com a Sonia e o Cleo: 
vamos montar um "capitel" budista.
Quem apoia?


  Como se sabe a fé é uma crença espiritual ...
 ... que aponta diferentes caminhos para a sabedoria.
 Sou devota da Mãe Natureza,
mas abro minhas janelas 
para Nossa Senhora e São Jorge.

Essa coisa de santo de casa não faz milagre...
Tenho minhas dúvidas.
Todo caminho tem um fim,
ou um começo.
 O nosso terminou aqui, na pracinha da vila.
 Ha 4 anos nasceu a última criança na Bela Vista do Fão...

Penso que se tivesse filhos pequenos, viria para cá.
Vi crianças de Porto Alegre voando nas suas bicis
 ao redor da praça e nas ruas desertas,
em total liberdade.
Seu Helio Bottega, casado com dona  Lurdes,
contou ótimas histórias,
esbanjando vitalidade nos seus 78 anos.


Adivinha?
Colecionador de antiguidades,
mostrou uma matriz de hóstias,
que garimpou em Bento Gonçalves.

Não dá tiro,
mas impressiona.
Na pousada, nossa fome arriou.
Delíciaaa!


 Vive-se bem. Tem duas olarias,  uma serraria, dois criatórios de porcos, um aviário com ovos férteis para exportação!Tem a loja da Giovanella, três armazéns, um cartório, um posto de combustível e missa todos os fins de semana.
 O Hospital fechou. Não tem farmácia. Mas um posto de saúde com medico, enfermeira e dentista, uma vez por semana. 
Tem uma empresa de pedras semi-preciosas, agro-industria de massas e biscoitos, um salão de beleza e uma maratonista.
 Escola até o nono ano, com um pequeno museu.
 Muitas famílias continuam aqui: os Bagattini, Guerra, Poletto, Turatti, Schena...
 Finatto, Casagrande, Künzel, Bottega, Compagnoni...

 Brunetto, Zanoni,  Spinelli, Gheno, Merlo, entre tantos outros que fazem a Bela Vista do Fão respirar.


 Imaginei que aqui poderia ser uma Casa da Memória, 


 com apoio dos italianos que já partiram do Fão, mas ainda guardam amor à sua identidade e história.

 E por falar em história, dizer que por aqui desciam balsas de toras de madeira...
... conduzidas até o rio Forqueta e depois ao rio Taquari!
Cai a noite, esfria, e a gente se reúne para um "filó" particular:
  quando as lembrança e causos 
iluminam os sonhos.
Nada que uma sopa de capeletti não devolva à realidade.
De manhã cedinho,
Cafezão!

Turismo cemiterial


 Os cemitérios  preservam valores associados aos bens materiais e imateriais.

Os túmulos são como documentos históricos: registram não só datas e nomes...

  mas preferencias.
Clube Guarani
onde acontece o Filó Mamma Rosa.
Olha quem apareceu de novo,
 para mostrar um antigo chuveiro.

Antes das despedidas
muitas bolachas, muitas frutas, geleias, queijos,
a promessa de voltar e cumprir uma promessa
 na Festa do Filó, dia 20 de julho.


RUMO A CASCATA DALMORO


 Antes de chegar a BR 386,
a sinalização indica a Cascata Dalmoro

Nem três quilômetros,
uma bela caminhada,


 bem sinalizada
 e muita expectativa.
Prosa com Andreia Dalmoro.
Agende (54) 9 96761387 só pelo WhatsApp

 Lugar para camping, ainda se reestruturando.
 Seu Dalmoro há 41 anos 
 nessas terras férteis.
Fiquei sem palavras...

É das mais bonitas que já conheci no Vale do Taquari.

Você precisa conhecer.
Precisa!



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